quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A EUROPA É PIMBA

A Europa nunca foi grande coisa mas agora é demais e tudo que é demais é veneno, já ouço dizer desde pequenina.
Uma Europa que gosta da Joana Vasconcelos tem que ser pimba. Uma Europa que tem como presidente um Barroso de Valpaços/Lisboa chamado cherne na intimidade, tem que ser pimba. Uma Europa que gosta duma Alemanha gorda tem que ser pimba. Uma Europa que gosta duma França fraquita tem que ser pimba.
A Europa é pimba a escolher os seus dirigentes, apenas é robusta na aparência.
A velha Europa culta, a que toda a gente queria pertencer, até mesmo os E. U. da América, hoje é uma lenda.
Se houvesse União Europeia não se falaria em Mercados, onde há mercados há lucros, não há união nem amizades.
A Europa está seca de alma, é violenta e apoia as guerras imperialistas dos Estados Unidos, é uma sua filial.
A Europa criou-se um sítio de egoísmos vários, um sítio mal frequentado, quase um prostíbulo.
A América quis em tempos ser como a Europa, era chique, hoje a Europa quer ser como a América.
Não sei se a decisão é mudar a geografia e mudar tudo, mas que apetece até apetece.
É um cansaço pertencer à Europa.
Há aquele conselho matemático que se deve acreditar em metade da metade, já que não há método infalível, mas de facto, metade da metade é muito no que respeita à Europa.
Quem achou que não tínhamos com quem falar e que tínhamos que falar com alguém foi o Mário Soares, sempre o inefável MS.
Quem disse que não temos com quem falar? Temos sim, temos os povos explorados do mundo, esses não nos querem o País, não nos querem hipotecar. Se nos unirmos todos, somos mais que a Europa e a América juntos.
Porque nos queremos os náufragos da história? Não temos que o ser.
Obedecemos cegamente aos carrascos. Não temos que o fazer, temos que os enfrentar, enfrentando-nos.
O crime do criminoso é não sentir o seu crime. Está na hora de nos libertarmos das correntes e deixarmos de ser escravos.

8 comentários:

Helena disse...

Há muito tempo que abandonei a velha consigna "o povo unido jamais será vencido" e o substituí por "os povos unidos jamais serão vencidos".
Nas manifestações tento sempre sugeri-lo a quem me acompanha, mas os hábitos são difíceis de perder. Fazer a crítica das coisas que aceitamos sem qualquer análise crítica, obriga-nos a uma reflexão sobre a alteração de mundo.
Assim, à minha volta, meia dúzia de pessoas percebem o que eu quero dizer com o plural nessa frase. É que, num mundo globalizado, a luta tem mesmo que ser internacional. Mas a esquerda há muito que se tornou nacionalista...
E isso gera em mim uma perplexidade imensa.
Isto é, não deixei a minha forma juvenil e peculiar de estar nas coisas: sempre com, pelo menos, um pé de fora, para poder ver-me daí. De fora.

Bom texto, homónima!
Beijo

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

TE.ISTO DE PENSAR PELA PRÓPRIA CABEÇA É UMA 'CHATICE'.
QUANTO AO BOM TEXTO, SÓ TU GOSTASTE, JÁ ME DISSERAM BEM MAL, POR MAIL, MAS COMO SABES EU FAÇO ESTES ESCRITOS PARA MIM, SE ALGUÉM LER TUDO BEM, SENÃO TUDO BEM NA MESMA. UM DIA HEI-DE RELER ALGUM, AINDA NÃO O FIZ, MAS UM DIA QUANDO JÁ NÃO ME SAIREM IDEIAS IREI LER O QUE ESCREVI E VEREI COMO PENSAVA E VERIFICAR SE PENSO IGUAL. TV NÃO, DIFICILMENTE SE PENSA IGUAL, MAS HÁ SEMPRE UMA MATRIZ COMO DIZES.
A MIM, QUANDO ME QUEREM 'BELISCAR', OS QUE ME DIZEM CONHECER MELHOR AFIRMAM: "ESTÁS IGUIALZINHA AO QUE ERAS", NEM SABEM QUANTO PRAZER ISSO ME DÁ :) bEIJO, AMIGA

GL disse...

Subscrevo cada palavra, cada opinião, uma a uma.
Em sintese - e sem pensar poder alguma vez fazer este tipo de afirmação -, a Europa não presta, os povos (salvo honrosas excepções para os últimos) não prestam.
Belissima análise, belissimo texto.
Recebeu mails a dizer o contrário? Não admira!...
Abraço.

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

OBRIGADA GL

Helena disse...

Eu releio-me com alguma frequência e digo-te que algumas coisas que escrevi me deixam já espantada. Porque não me lembro das suas causas próximas, ou porque, ainda que a nossa vida seja uma linha contínua, ela não é reta e, portanto, nas curvas e nós que a vida tem, ela foi (e portanto nós fomos) diversa.
Mas o que me dá prazer na releitura de alguns textos meus é o facto de os achar bem escritos. A alguns, claro. É que quando acabo de os escrever nunca me aparecem assim.
Enfim, eu também, como sabes,escrevo para me registar e aos dias. Escrevo portanto também para mim, como aliás afirmo amiúde.

GL disse...

Voltei aqui, e vou dizer-lhe porquê.
Tenho uma vontade louca de roubar este texto e publicá-lo no "olhares".
É tão verdadeiro, tão autêntico, que gostaria de ficar com ele, poder relê-lo sempre que me apeteça.
O mesmo que ir ä estante buscar o livro que marcou e apetece reler? Exactamente! :)

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

pode levá-lo à vontadinha, não há qualquer problema. Esta do PR de Portugal condecorar com a Ordem do Infante a Nélia Furtado, agonia-me. Beijo, GL

GL disse...

Não me apercebi, felizmente, desse importante acontecimento. Condecorar a Nélia Furtado?
Não há palavras!

Comunico que o texto vai de viagem. :)
Obrigada.

Beijinho.